Entre os dias 19 e 21 de setembro, o Perifa Amazônia realizou o Circuito Perifa Amazônia pela Amazônia de Pé, uma série de atividades culturais, artísticas e formativas que percorreu comunidades, praças, universidades e escolas com o objetivo de fortalecer a luta pela proteção das florestas públicas não destinadas e por justiça climática na Amazônia.
O Circuito integrou a programação da Virada Cultural Amazônia de Pé, movimento nacional que, a 50 dias da COP30 em Belém, mobilizou todas as regiões do país. Coletivos, artistas, comunidades tradicionais e organizações se uniram para afirmar que os olhos do mundo estão voltados para a floresta e que proteger as florestas públicas é a maior contribuição do Brasil para o clima do planeta.
No Amazonas, o Perifa Amazônia — coletivo fundado a partir do Hip Hop, da cultura periférica e da educação ambiental — levou para as ruas batalhas de slam, oficinas de grafite, rodas de conversa e intervenções artísticas que conectaram juventudes urbanas à pauta ambiental. As atividades reuniram pessoas em territórios como o Beco do Macedo e o Movimento Nepal, reafirmando que a defesa da Amazônia também nasce da quebrada, com a voz dos jovens, artistas e comunidades que vivem diariamente os impactos da crise climática.
Como parte da mobilização, foi protocolado junto ao governo do Amazonas um pedido de destinação das florestas públicas não destinadas, reforçando a urgência de proteger esses territórios. Só no estado, são 30 milhões de hectares sob risco de grilagem e desmatamento que precisam ser destinados para unidades de conservação, povos indígenas e comunidades tradicionais.
“O Circuito Perifa Amazônia mostrou que cultura e clima caminham juntos. Quando ocupamos os becos, as praças e as escolas com a cultura hip hop e a defesa da floresta, construímos novas formas de mobilizar as juventudes e proteger a Amazônia em pé”, afirmou Patrícia Patrocínio, fundadora do coletivo.
O Circuito também teve momentos marcantes: passou pela Escola Estadual Herbert Palhano; ocupou a Praça Libertador, no Beco do Macedo, com oficina sobre segurança alimentar e defesa da floresta, além de oficina de grafite; promoveu uma roda de conversa sobre cultura e clima como estratégia de fortalecimento das comunidades; realizou coleta de assinaturas na UFAM; e encerrou com uma batalha de slam e a construção do mural “Amazônia de Pé” no Movimento Nepal.